Our story, our love, our day... | O Nosso Casamento

Depois do dia do casamento

Our story, our love, our day...

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#1 Quarta, 05/03/2014 - 16:11
Retrato de CCarmoS
CCarmoS
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Visto pela última vez: 5 anos 7 meses atrás
Desde: 07.07.2010 - 18:00

Our story, our love, our day...

Introdução

O contador diz-me que passam exactamente 2 meses e 12 dias do nosso casamento, na minha cabeça esse dia está tão presente que parece que foi ontem.
Pensei muito antes de criar este tópico, nunca fui muito activa neste fórum e sou bastante aversa a expor a minha, neste caso a nossa, vida particular. MAS, e há sempre um mas, sempre gostei de ler o relato de outras noivas, foi neste fórum que conheci alguns dos fornecedores e foi também aqui que encontrei resposta a algumas das múltiplas dúvidas que me ocorreram ao longo de mais de 3 anos de noivado - sim leram bem, estivemos noivos mais de 3 anos! Por todas essas razões e principalmente porque quero preservar as memórias, até ao mais ínfimo pormenor, decidi escrever a minha visão e experiência até ao altar. A escrita "para os outros" torna-se mais fácil, vou fazê-la por fases procurando não deixar nenhum detalhe ou pormenor de fora.
Antes de entrar na descrição do dia propriamente dito, devo dizer que ao fim de mais de 8 anos de namoro, 3 de noivado e 1 de vida em comum, entre todas as minhas dúvidas existenciais, havia duas grandes certezas: primeiro que casava por amor e segundo que a pessoa que tenho ao meu lado é a pessoa certa para mim, a outra metade da laranja, a peça que faltava para preencher o imenso puzzle que é a minha vida.
O foco não era a festa, não era o vestido, não eram as flores... o foco eramos nós e o amor que nos une. Quisemos uma festa pequena, apenas com a presença dos que nos são verdadeiramente próximos e que sabem as voltas que a vida nos fez dar e o porquê de termos demorado tanto tempo para a concretização deste passo.
Hoje posso dizer que apesar de não ser perfeito, nunca ou raramente é, o nosso dia foi exactamente como queríamos que fosse: absolutamente descontraído e maravilhosamente divertido e acima de tudo verdadeiramente feliz.
A cerimónia esteve longe de ser como eu imaginava (e do que eu desejava, já agora!) mas o que correu menos bem não dependeu da nossa vontade ou empenho, por isso não poderíamos mesmo ter feito nada para a melhorar.
A festa sim correu muito muito bem, não há dinheiro que pague a satisfação de chegar ao final do dia com a sensação de dever cumprido, de sabermos que os nossos convidados se divertiram e apreciaram a festa tanto como nós. Que foi tão gratificante para os noivos ter a presença da família (família e não parentes!) e dos verdadeiros amigos, como para cada um deles estar presente e fazer parte desse momento. Não foram precisos mágicos, palhaços ou animação extra (nada contra quem recorre a esses serviços atenção!), bastou boa música, boa comida, as pessoas certas e sentimentos em dose certa!
O dia decorreu com toda a naturalidade, sem protocolos ou tempos fixos, sem aparatos ou show off para inglês ver, estavamos ali para celebrar o amor e não para impressionar ou surpreender como parece que está tanto na moda.
Por isso mesmo posso afirmar com toda a convicção que foi um dia memorável, para nós obviamente e para todos os nossos convidados. E nem foi preciso dizerem-nos isso em palavras, alguns fizeram-no de facto, mas sentimos isso em cada olhar, em cada abraço, em cada gesto e em cada sorriso genuíno.

Um longo noivado...

Quando decidimos casar, estavamos em Setembro de 2010, a palavra casamento fazia parte das nossas conversas há já algum tempo. Tínhamos uma relação estável de 5 anos, a nível profissional a vida corria-nos bem e pareciam estar reunidas todas as condições para dar esse passo. E para ajudar à festa, sabíamos que as nossas famílias queriam o mesmo!
Foi no casamento de um casal amigo, ficamos inebriados pela música e pela ambiência romântica e durante o corte do bolo, entre sussurros acordamos que queríamos casar, que tínhamos de casar! Não houve pedido e apesar de não ser propriamente uma surpresa a música parou literalmente, os mais de 200 convidados desapareceram e o fogo de artifício (que ambos detestamos, mas esse foi especial!) parecia estar a ser lançado de propósito para nós, como um prolongamento e exteriorização da nossa felicidade.
A partir desse dia a minha cabeça não parou, as ideias brotavam como cogumelos e as minhas conversas passaram a ser quase dominadas pelo tema casamento, não só com o noivo mas também com as amigas e mulheres da família. Escolhemos uma data, o local para a cerimónia e para a festa, começamos a procurar fornecedores, fizemos a lista de convidados... Tudo parecia correr de feição, parecia mas a realidade foi bem diferente.
Num curtíssimo espaço de tempo perdemos 3 familiares, todos de cancro e em dois dos casos (ambos da minha família) foi uma surpresa e um choque pois nem sequer estavam doentes, ou melhor, a doença não se manifestou. Foi terrivelmente duro ter de cortar essas pessoas da lista de convidados.
Mesmo assim mantivemos os nossos planos e em Fevereiro de 2011, no dia dos namorados e do meu 30º aniversário, na mesma cidade e exactamente no mesmo local onde tínhamos começado a namorar tive o pedido oficial debaixo de uma chuva torrencial, com direito a anel de noivado. Apesar de não ser propriamente uma surpresa (desconfiei dos planos para aquele fim de semana desde o início) fiquei tão mas tão feliz que nas horas, dias e semanas que se seguiram eu devo ter parecido uma lunática que sorria sozinha sem motivo aparente!
Apesar de todo o entusiasmo inicial ter acalmado os preparativos prosseguiram, o casamento seria dali a 1 ano e nessa altura já tínhamos fotógrafa (que se manteve!!) e a música para a cerimónia e para a festa estavam praticamente certas.
Em pouco tempo novo golpe, primeiro veio a Troika que me reduziu o contrato na F. Pública e depois fiquei mesmo desempregada. Nesse tempo já o meu pai estava doente e ao longo dos meses seguintes ora piorava ora melhorava ora voltava a piorar, a partir de certa altura já nem melhorava foi sempre a piorar. Decidimos adiar o casamento, não havia condições emocionais para continuar a planear uma festa quando o mundo (pelo menos como eu o conhecia) estava prestes a desabar. E eu sabia que não iria aguentar ter de cortar o meu pai da lista de convidados, antes que isso acontecesse apaguei-a.
A fase final da doença do meu pai e os meses seguintes à sua morte foram sem dúvida os mais duros e mais difíceis da minha existência, a minha maneira de ver as coisas, os planos e prioridades alteraram-se para sempre e embora a vida continue sinto que nunca mais será igual.
Algum tempo depois decidimos começar a procurar emprego no estrangeiro, estavamos descontentes com a vida que tínhamos pois trabalhavamos cada vez mas e ganhavamos cada vez menos, não tínhamos tempo quase nenhum para nós e eu estava a trabalhar (ou antes a ser explorada) num ambiente péssimo que só me fazia mal. Cerca de meio ano depois de termos começado a procura estavamos a iniciar um novo ciclo na nossa vida pessoal e profissional. E foi a partir daqui, da Noruega, que reorganizamos a nossa vida e retomamos os planos para o nosso casamento!

Como nos organizamos

Voltamos ao tema casamento muito lentamente, depois de nos mudarmos para a Noruega a prioridade foi a integração obviamente. Mas quando a nossa vida estabilizou, depois de termos começado a aprender a língua, a habituar-nos à falta de sol e à cultura nórdica, aos poucos voltei a interessar-me pelos blogs e sites de casamentos que antes consultava, voltei a guardar imagens de vestidos, penteados e flores de que gostava e naturalmente voltamos a falar nisso como uma hipótese concreta. Concordamos que não valia a pena esperar pelo momento certo pois isso poderia não acontecer, entre doenças mais graves que outras, umas superadas e outras infelizmente não, acidentes, braços e pernas partidas, convencemo-nos que só não haveria casamento se um dos dois não pudesse estar presente.
E foi assim que decidimos, novamente, casar. Sem qualquer romantismo e com todo o sentido prático do mundo lá olhamos para o calendário e escolhemos a data, estando a viver no estrangeiro ficavamos automaticamente limitados às férias. Seria no verão ou pelo Natal, como eu me dou bastante mal com calor ficou decidido que seria no inverno. 21 de Dezembro, foi o dia escolhido e depois de anunciado à família por telefone e skype foi comunicado aos amigos num "Save the Date" feito por nós e enviado para todos por e-mail no dia em que faltavam exactamente 8 meses para o acontecimento.
As reacções não se fizeram esperar e é emocionante ainda hoje reler as respostas a esse e-mail, sentir a felicidade em cada palavra escrita. Todos sabiam o quão difícil fora o nosso percurso e todos estavam verdadeiramente ansiosos por esse momento.
Não tivemos tema, aliás nunca ponderamos sequer ter pois não nos identificamos com o conceito, o mote para a festa eramos nós e o nosso amor. Era o facto de depois de termos passado por tantas perdas continuarmos todos juntos, de sermos uma família. No fundo não quisemos apenas casar, quisemos isso sim reunir toda a gente num acontecimento feliz.
Voltamos a contactar todos os fornecedores, apesar de a alegria ser agora mais contida e o nosso entusiasmo estar longe, muito longe da euforia inicial, não deixamos nada ao acaso e pensamos em todos os pormenores. Se íamos casar (finalmente!) ao menos fazê-lo-íamos com tudo a que temos direito!
Claro que estando a organizar tudo a partir do estrangeiro tivemos de ser práticos, o espaço para a festa foi reservado por telefone, já lá tínhamos ido a outros casamentos e gostamos do serviço e da comida por isso nem valia a pena perder tempo a ver mais nada.
A fotógrafa, Sara Constança, conheci-a através deste fórum e estive sempre em contacto com ela desenvolvendo uma relação que vai muito para lá da profissional.Tinha de ser ela!
Para a cerimónia já antes tínhamos contactado o violinista Lécio Ribeiro, mais um fornecedor cá do Fórum e de quem já deixei feedback, manteve-se.
Para festa a mesma coisa, tínhamos estado em contacto com o Dj Pedro Mineiro (também já deixei feedback ao excelente trabalho dele) e decidimos mantê-lo.
Faltava tratar dos convites e restante material gráfico, mas também neste aspecto a escolha foi fácil, conhecia e confiava no trabalho da Caramelo (www.caramelo.com.pt) por isso nada mais natural que entregar-lhes essa tarefa em mãos. Participamos em todas as fases da concretização do nosso material e o resultado é maravilhoso!
Contactei e reservei os serviços da Jenny Make up Land também por e-mail e acordamos que as provas de penteado e maquilhagem ficariam para Dezembro pois no verão a minha pele sofre bastantes alterações.
Comecei a pensar no vestido e nos sapatos.. Nada, absolutamente nada do que via me agradava, previa uma escolha difícil. Pouco convencida lá marquei 2 visitas à Rosa Clará e à Pronovias no Porto para as férias do verão, não especifiquei modelos de vestidos pois não fazia ideia do que queria e daquilo que via nos catálogos dessas colecções nenhum me despertava particular interesse.
Como sou muito mas mesmo muito esquisita com sapatos e quando procuro raramente encontro o que quero, nem pensei ir às lojas procurar, contactei a Helsar que tem (ou diz que tem) uma linha exclusiva para noivas. Assim poderia escolher o modelo que queria. E assim teria sido se eles fossem profissionais e fizessem jus à fama que têm. O atendimento foi péssimo mas como eu sou teimosa e estava mesmo convencida que de outra maneira não arranjaria sapatos decidi mesmo assim ir para a frente com essa ideia. Depois de escolhido o modelo, cor e materiais, e depois de ter aceite o preço que pediam pelo belo do sapatinho fiquei à espera... até hoje! Foi mesmo assim, nunca mais me disseram nada, nunca me contactaram ou responderam sequer.
Entretanto a minha cabeça continuava a dar voltas por causa do vestido, as colecções de 2014 saíram e eu continuava a não gostar dos modelos. Ou melhor até gostava mais ou menos, mas nenhum me fazia sequer ter vontade de os experimentar.
O verão chegou, os convites ficaram prontos e estavam em casa à nossa espera para serem entregues.
Planeamos as nossas férias ao segundo, aquelas 4 semanas teriam de ser muito bem aproveitadas, ainda faltava falar com o padre (sim só falamos com ele depois de entregues os convites), tratar do processo civil, faltava falar com a florista, encomendar o bolo, escolher e comprar as alianças, reunir com alguns fornecedores, comprar o fato e o vestido... mas também queríamos aproveitar para estar com a família e os amigos, aproveitar o sol, a praia, o café e a comida que só encontramos em Portugal. Foi uma correria mas lá conseguimos fazer tudo!
A poucos dia da nossa viagem nova reviravolta nos planos, contactei um Atelier em Braga de quem já conhecia o trabalho. Disse-lhes que casava em breve e vivia no estrangeiro, só estaria em Portugal durante 4 semanas no verão e depois em Dezembro para o casamento. Perguntei-lhes directamente se me conseguiam fazer um vestido nesse tempo, a resposta foi positiva uff que alívio! Quase de imediato desmarquei as visitas às lojas, pode parecer loucura mas para mim não fazia qualquer sentido perder o meu precioso tempo a vestir vestidos que sabia que não ia comprar e também não queria fazer perder tempo às vendedoras.
Até hoje não me arrependo nada de não ter passado por essa experiência de experimentar vestidos até encontrar o "tal". Até porque esse tal para mim não existia, agora existe mas foi criado para mim de raiz. E é exactamente o que eu procurava mesmo quando não sabia o que queria, lindo, elegante e intemporal!

As nossas escolhas

Depois de marcada e anunciada a data havia que pensar em todos os detalhes que faltavam para tornar esse dia em algo mais concreto que um desejo. Agora era real!
Apesar de ter lido e pesquisado muito sobre organização de casamentos ainda me passou de relance aquela dúvida que penso ser comum a todas: e agora por onde começo?
Foi algo muito momentâneo, sabia bem o que queria e sabia ainda melhor o que não queria. A minha linha de pensamento foi sempre: menos é mais e o clássico nunca passa de moda. Nesse aspecto eu e o noivo estivemos sempre de acordo e foi a partir daí que orientamos todas as nossas escolhas. Sempre disse que daqui a 20 anos quero continuar a gostar e a identificar-me com as escolhas que fiz.
Mantivemos algumas das ideias que tínhamos há 3 anos atrás e adoptamos outras novas mas mesmo assim outras tantas ficaram por concretizar. Umas por estarmos longe, outras por falta de tempo ou porque não se pode ter tudo e é preciso fazer escolhas e outras principalmente porque aquilo que no início nos parecia imprescindível afinal era totalmente secundário. Continuo a achar que os origamis na zona dos aperitivos teriam ficado muito bem, assim como as placas de madeira a dar indicações ou as bolas de sabão na saída da igreja, que os chocolatinhos em forma de coração a acompanhar o café teriam dado um toque diferente, que os sparkles durante o corte do bolo teriam tido um efeito muito bonito... Mais bonito podia até ser, mas seria realmente isso a fazer a diferença? claro que não! Isso não passam de pormenores, se não estiverem lá ninguém sente falta e mesmo que estejam nem todos reparam.
Claro que também fizemos escolhas dessas, em que poucos ou ninguém reparou, lá está é uma questão de prioridades. Poucas pessoas viram o porta alianças em porcelana com a data e os nossos nomes em baixo relevo, mas para nós essa peça fez todo o sentido até porque continuamos a usá-la para pousar as alianças, anéis e brincos quando estamos por casa. E fica muito bem mesmo como peça decorativa.
Dos flutes penso que posso dizer o mesmo, quaisquer uns teriam servido mas quisemos comprar uns para nós e apesar de habitualmente nem bebermos álcool e não apreciarmos particularmente champanhe espero usá-los em muitas ocasiões especiais!
Mas também fizemos escolhas que foram muito apreciadas como os pacotinhos de açúcar em forma de coração, com desenhos de noivinhos na frente e a palavra "Obrigado" em várias línguas no verso; A mesa de guloseimas com gomas das mais variadas cores, formas e feitos, chupas gigantes e M&M's personalizados. Foi um regalo para miúdos e graúdos; A árvore de mensagens com as nossas impressões digitais em substituição do livro de honra, o resultado final é um quadro lindíssimo; Os balões com hélio em forma de coração que colocamos na pista de dança, nem me ocorreu que as crianças tratassem de os recolher todos ainda antes de a festa começar. Mas ainda bem que assim foi, a festa também foi para elas!
Não se tratou de um pormenor mas antes de um "pormaior" e foi provavelmente o detalhe que realmente fez a diferença e foi muito apreciado e elogiado. Em substituição das tradicionais lembranças fizemos um cálculo do que gastaríamos por cada convidado e fizemos um donativo à Liga Portuguesa contra o Cancro que nos enviou uns cartões que serviram simultaneamente de lembrança e de agradecimento pela presença. Esta foi a forma que encontramos de homenagear todos os nossos familiares que lutaram contra esse flagelo, os que perderam a luta e os que a venceram.
Na decoração do espaço usamos muitos objectos nossos de forma a tornar o ambiente mais pessoal e acolhedor, penso que cumprimos o objectivo de que todos se sentisse bem-vindos e parte integrante da festa. Levamos algumas peças de casa como uma toalha de linho e renda que ninguém sabe ao certo quantos anos tem, foi feita por uma das minhas bisavós e ao longo de várias gerações tem sido usada nas mais diversas ocasiões familiares. Um cesto de vime que foi feito pelo meu pai há já alguns anos, para além de ser muito bonito tem toda uma carga simbólica e afectiva, para mim foi uma maneira de o ter também presente na festa. Mandamos fazer um lenço dos namorados, é uma peça muito bonita e de grande simbolismo, serviu como homenagem ao Minho região onde estudamos e trabalhamos durante algum tempo, foi também lá que nos conhecemos e onde conhecemos alguns dos nossos amigos. Destacaram-se também uns quadros caligrafados que mandamos fazer à mesma equipa que tratou dos convites, são peças muito bonitas e que perduram. O quadro de boas vindas continua a cumprir com esse objectivo mas agora na entrada da nossa casa, o Menu com mais de 1 metro de altura fica lindíssimo na nossa cozinha. Temos ainda peças mais pequenas espalhadas pelo resto da casa.
E foi entre as decisões da decoração, das músicas e de outros pormenores que o tempo entre as férias do verão e o casamento passou. Não sem algumas preocupações pelo meio, entre familiares e amigos doentes uns mais graves que outros, sempre a desejar que nada de pior acontecesse e que todos pudessem estar presentes.
E lá chegou Dezembro!

A recta final

Quando me perguntavam se me sentia ansiosa respondi sempre com sinceridade que não. Em momento algum me senti nervosa e estando a preparar tudo à distância nem senti a aproximação da data. Na verdade acho que só caí em mim quando a poucas semanas do casamento fiz um pedido de orçamento para uma peça em madeira, a resposta foi que se realmente a queria teria de decidir rapidamente para o carpinteiro ter tempo de a executar, foi nesse momento que me dei conta que o tempo afinal não estava parado!
Tinha noção que só iria saborear verdadeiramente os preparativos quando voltasse para Portugal, tinha as provas do vestido para fazer, assim como as de penteado e maquilhagem, mais as últimas compras e voltas por causa da decoração. Queríamos aproveitar para estar também com a família e amigos. Para isso tudo dispúnhamos de pouco mais de uma semana até ao casamento. Estava ciente que teria de ser muito bem organizada, que seria uma semana muito intensa e que imprevistos sempre acontecem. Só não sabia, nem poderia adivinhar, que aquela última semana seria mais uma prova de fogo. Qualquer outra pessoa no meu lugar teria arrancado os cabelos, mas eu já tinha chegado até ali não era a tão poucos dias do meu dia que me ia deixar abater.
Começou segunda feira com um e-mail logo pela manhã, a maquilhadora dizia-me que estava doente e não me poderia maquilhar. Fiquei em pânico mal comecei a ler mas ela foi muito profissional e indicou-me outros colegas que a iriam substituir, pensei que ela estava a ser muito correcta comigo afinal ouvem-se muitas histórias de pseudo-profissionais que desmarcam os serviços em cima da hora ou simplesmente não aparecem e se as pessoas que ela indicava eram da confiança dela então não havia razão para não aceitar. Fiquei completamente descansada ainda antes de ir fazer as provas e a verdade é que fiquei muito contente com o resultado final!
Sabem aquele efeito dominó que quando uma peça cai faz cair as outras todas? Essa semana foi mais ou menos isso, uns atrasos a levar a outros, os meus dias começaram todos bem cedo e acabaram todos tarde.
Bom, para quem tinha esperado mais de três anos, o que eram umas horas de atraso? Pensava eu "o importante somos nós e os nossos e estamos todos bem". O pior é que não estavamos assim tão bem, nessa semana o meu irmão foi atropelado e a minha mãe teve os diabetes tão altos que o aparelho não conseguia medir sequer os níveis de glicose, foi uma sorte não ter entrado em coma. Uma amiga ligou-me a poucos dias a dizer que estava sem glóbulos brancos no sangue e não conseguiria ir ao casamento. Enfim, nesta altura eu só pedia que o dia chegasse rápido e que chegassemos lá todos vivos.
Como disse antes não fiquei nervosa mas o meu humor piorou consideravelmente e nessa semana não conseguia gostar de nada, detestei a manicure, não gostei do vestido quando o fui buscar(mas depois no dia adorei-o!), achava que o penteado não combinava com os brincos, que os sapatos (que encontrei à venda na internet completamente por acaso) tinham todos os defeitos e mais alguns...
Não havia nada a fazer, já não dava tempo de trocar nada, e nem foi preciso, isso eram tudo coisas da minha cabeça!
Na sexta-feira à noite, vésperas do casamento, tal como tínhamos planeado fomos para um hotel depois do jantar e de uma última ronda pelos familiares que tinham chegado nesse dia. Pode parecer uma decisão estranha mas queríamos arranjar-nos com calma e eu sabia que em casa não conseguiria ter sossego pois haveria de estar sempre alguém a entrar e a sair. Eu também tinha um desejo muito antigo, alimentava há anos o sonho de um dia tirar uma foto vestida de noiva na escadaria daquele hotel.
Todos compreenderam, ou pelo menos não se manifestaram contra, a nossa decisão de estar aquela noite fora e de começarmos o dia juntos. Para nós fazia todo o sentido ser assim, afinal se já tínhamos passado por tanto sempre juntos não era agora que íamos ficar separados ainda por cima em nome de uma qualquer tradição que não nos diz nada.
Dormi muito pouco, não estava nervosa nem ansiosa, simplesmente não tinha sono. E quando o despertador tocou na manhã seguinte, marcava 8.30, já eu estava acordada há muito tempo, tinha visto o dia nascer e já sabia que estava céu limpo e sem vento. O sol deixou à vista a geada que tinha caído durante a noite, adivinhava-se um dia frio... Nada disso teve qualquer importância. Este era o grande dia, o dia mais aguardado, aquele dia que planeávamos há anos e que em alguns momentos nos pareceu inatingível. Esse dia tinha chegado finalmente e eu estava determinada a aproveitá-lo do 1º ao último minuto!

O grande dia

A festa começou logo ao pequeno almoço com os amigos que tinham chegado de véspera e ficado alojados no mesmo hotel, alguns não os víamos desde o verão. Não sei ao certo quanto tempo estivemos sentados àquela mesa, comemos calmamente entre conversas ligeiras e muito riso, quem nos visse de fora nunca adivinharia que era dia de casamento e menos ainda que eu era a noiva!
A campainha da recepção ia anunciando a chegada de novos elementos, veio a minha irmã para me ajudar a vestir, vieram outros amigos e vieram os profissionais. Não começamos os preparativos sem antes todos se sentarem à mesa e comerem connosco, eu só dizia que tínhamos tempo. E realmente tínhamos, já tinha esperado tanto tempo que agora não me apetecia ter pressa.
Fui penteada e maquilhada juntamente com a minha irmã e uma amiga que viajou daqui da Noruega de propósito para o casamento, num ambiente tão calmo que se fosse verão e houvesse moscas se teriam ouvido de certeza.
Quando fiquei pronta já o noivo tinha saído, despedimo-nos estava eu com o penteado meio feito mas não me importei nada com isso, ele já me tinha visto no meu pior podia perfeitamente ver-me no meu melhor ainda que antes do supostamente previsto!
O casamento estava marcado para as 13 e cerca de uma hora antes eu estava impecavelmente penteada e maquilhada, vestida e calçada. Como acessórios usei apenas uns brincos de filigrana "coração de viana" em homenagem à cidade onde começamos a namorar e à qual temos uma ligação muito especial. O noivo fez-me uma surpresa e ofereceu-me uma pulseira nessa manhã, embora não ligue muito às tradições ligadas ao casamento (e não tenha cumprido nem metade delas) considero-a o meu "algo novo". O meu algo emprestado foi o véu, o mesmo véu que uma querida amiga usou 2 anos antes no casamento dela. O meu algo velho foi um terço de prata que é uma peça de família normalmente usada nas Primeiras Comunhões mas que eu usei junto com o bouquet de tulipas cor de rosa (eu tinha pedido brancas mas como tantas outras coisas não foi como esperado, sem dramas não eram umas simples flores que me iam desassossegar naquele dia!). Não pensei em nada azul, mas a modista tratou disso e prendeu uma fita de cetim azul que servia para levantar a cauda do vestido no momento de dançar.
E estava pronta, não me lembro sequer de me ter visto ao espelho, esqueci-me do creme corporal e mal pus perfume. Com passos firmes apesar dos 12 cm de altura dos sapatos, dirigi-me para as escadas onde queria tanto fazer as fotografias. Fizemos ainda outras, as mais tradicionais e uma encomendada à fotógrafa. Como não poderia deixar de ser eu queria ter uma foto com o meu pai. A única maneira possível foi tirar com uma fotografia dele. Este foi o único momento durante todo o dia em que me emocionei.
Antes de ir para a Igreja passei por casa para me juntar ao resto da família, queria muito ter uns momentos a sós com eles mas isso não foi possível, teve de ser tudo muito mais rápido pois estava a chegar a hora marcada e eu queria ser pontual. E fui!
Nunca me esquecerei daqueles minutos que passei dentro do carro à espera que todos ocupassem os seus lugares. Assisti à chegada de parte dos convidados, uns mais apressados, outros claramente emocionados e os mesmos de sempre a chegar em último! Engraçado que apesar de eu estar ali mesmo em frente à porta principal apenas duas convidadas repararam em mim e foram cumprimentar-me (penso que os curiosos que espreitavam nas janelas e varandas vizinhas se aperceberam bem mais depressa da minha presença!). Para mim foi um verdadeiro privilégio assistir a tudo na primeira fila, o meu noivo tão elegante e perfeito no papel de anfitrião a receber os nossos convidados e a conduzi-los ao interior da Igreja de onde me chegava a música que tínhamos escolhido para aquele momento de acolhimento.
Pela minha cabeça passaram, como se de um filme se tratasse, as memórias de todos os nossos momentos. Lembrei-me de cada pessoa que não estava presente, mas e tal como escrevi na primeira página do Missal não estavam connosco fisicamente mas estavam presentes em espírito, e eu sabia que o que cada um deles mais queria era que eu fosse (seja!) feliz. Estava tão absorvida nos meus próprios pensamentos que fui surpreendida quando a porta se abriu, tinha chegado o momento!
Aceitei a mão que se estendia para me ajudar a sair do carro no mesmo instante em que se começava a ouvir a música que tínhamos escolhido, a mais bela composição de todos os tempos para violino magnificamente interpretada pelo Lécio Ribeiro.
Não há palavras que consigam descrever a intensidade do momento em que ficamos frente a frente, agora sim o meu coração batia mais forte, não por causa de nervos ou ansiedade mas sim porque a felicidade que estava a sentir era tão grande que não cabia dentro dele.
Encaminhamo-nos para a porta, lá dentro aguardavam-nos em pé os nossos 115 convidados com quase outros tantos telemóveis e máquinas fotográficas prontas a disparar.
A pedido da fotógrafa entramos bem devagar e ainda bem que assim foi pois pude olhar, sorrir e acenar a toda a gente. Cada nota que saía daquele violino era no verdadeiro sentido da palavra, música para os meus ouvidos.
Quando entramos lembro-me de ter pensado que os meus irmãos se tinham esquecido de estender a passadeira vermelha, na verdade não esqueceram mas não a conseguiram esticar pois tinha ficado mal enrolada desde a última utilização. O que poderia ser mais um detalhe sem importância no meu caso teria feito a diferença, não que eu fizesse absoluta questão de ter passadeira vermelha, mas quando íamos sensivelmente a meio da Nave o véu prendeu não sei onde nem como. Só me lembro de ter sentido um puxão, e algumas pessoas à minha volta a tentar desprendê-lo. Nesse momento olhamos um para o outro e desatamos às gargalhadas, pela cabeça passou-nos em simultâneo a mesma ideia "já que tudo nos acontece só faltava mais esta!". A partir daí aconteceu exactamente o que muitas noivas descrevem, não vi mais ninguém nem ouvi mais nada e devo ter voado até ao altar pois não me lembro de como cheguei lá.
Só quando ocupamos o lugar que nos estava reservado, junto ao banco emprestado por uma amiga de infância que o mandou fazer para o seu próprio casamento e a pisar a colcha tecida em tear por uma tia minha e que nos casamentos dos meus familiares tinha servido exactamente o mesmo propósito, só nesse momento é que voltei a aterrar no Planeta Terra. E foi quando nos demos conta que o padre não estava.
O padre lá veio, quis ser o último a entrar e fazer-se esperar como se da personagem principal se tratasse, chegou cheio de pressa e a resmungar não sabemos porquê nem contra quem.
Se tivesse oportunidade de mudar alguma coisa nesse dia sem dúvida que começava por aí, pelo padre.
Conduziu a missa cheio de pressa, nós planeamos aquela cerimónia ao milímetro e sempre acreditamos que seria o momento alto do dia, escolhemos as leituras e as músicas a dedo para que cada momento fosse perfeito. Mas não foi, longe disso. A cerimónia deveria ter sido em memória dos nossos familiares falecidos mas nem uma palavra proferiu a esse respeito, e para piorar quase no final quando disse as intenções trocou o nome do meu pai pelo do pai da minha madrinha que está vivo... Fiquei profundamente triste, ele conseguiu numa questão de segundos e com apenas 2 palavras destruir todo o trabalho que tivemos a preparar aquele momento.
Eu sempre acreditei que ia chorar baba e ranho no casamento, pedi maquilhagem à prova de água e de todas as emoções, mas não foi preciso e ainda bem pois se tivesse chorado teria certamente sido de desespero...
Começou a Homilia com "Não conheço o noivo de lado nenhum e da noiva não sei nada, o que viestes aqui fazer? o que quereis ouvir de mim?", pânico! olhamos um para o outro a pensar se teríamos de responder, não sei se ele esperava uma resposta ou não mas ficamos calados e ele lá continuou e terminou com uma conclusão espectacular: o casamento não serve para o marido fazer as vontades à mulher. UAU!
A certa altura deixamos de o levar a sério e queríamos mesmo era sair dali. Como que num teste à minha paciência, o véu caiu-me durante o abraço da paz, voltar a colocá-lo foi missão impossível. No meio de tanto desastre este incidente até teve piada e hoje rimo-nos com isso.
Sempre cheio de pressa o padre lá deu a cerimónia como terminada e desejou-nos felicidades. Deixou-nos no altar caso eu quisesse entregar o ramo para o fazer naquele momento e ele encaminhou-se para a sacristia. Quando lá chegamos para assinar a acta já ele estava pronto para sair, foi tudo muito rápido. Ainda o tentei chamar à atenção pela troca de nomes mas ele nem me ouviu.
Enquanto tiravamos umas fotografias e os músicos interpretavam a música para a nossa saída, desligou o quadro geral, deixou-nos sem música e às escuras. Mais uma gargalhada!
Foi a maneira de sairmos dali mais rápido e não deixarmos os nossos convidados muito tempo à espera.
Pedimos expressamente para ninguém levar arroz (numa época de crise pareceu-nos despropositado desperdiçar assim um bem essencial que faz falta a tanta gente), a nossa vontade foi respeitada e fomos recebidos com uma chuva de pétalas brancas e claro muitos abraços que aqueceram aquela manhã fria de Dezembro.

A festa!

Depois da saída Igreja, das pétalas e dos muitos beijos e abraços, depois das fotos tradicionais com a família (outra coisa que eu mudava se pudesse, se fosse agora tirava fotos com toda a gente. Eles estão lá, mas uma coisa é ter fotos em que os amigos aparecem, outra bem diferente é ter uma foto com eles), depois disso tudo tivemos o primeiro momento a sós. A viagem de cerca de meia hora entre a Igreja e o local da festa foi feita no nosso próprio carro, ele a conduzir e eu ao lado dele. Nunca ponderamos alugar um carro para esse feito, nem antigo nem moderno com ou sem motorista, essa é daquelas coisas que para nós não tem sentido algum.
Finalmente sós! A primeira parte do trajecto foi feita a maldizer o padre, apetecia-me chamar-lhe todos os nomes possíveis e imaginários e se soubesse em mais do que uma língua até.
Os convidados disseram-nos que gostaram da cerimónia, apreciaram a música e reconheceram que o padre não cria empatia com ninguém e teve um discurso bastante retrógrado. A falha grave na troca dos nomes nem todos se deram conta disso, mas que mesmo assim tinha sido uma cerimónia bonita. Para mim aquele momento estava irremediavelmente estragado e só mesmo a música o salvou do desastre completo. Mas não havia nada a fazer e não dava para repetir, chegamos facilmente à conclusão que o melhor era passar à frente e aproveitar o resto do dia. Afinal ouvimos dizer tantas vezes que o dia passa a correr que tínhamos interiorizado que o queríamos aproveitar bem, muito bem.
Temos muito poucas fotos dos dois, não fizemos aquela sessão típica de recém casados, o tempo que estaríamos ausentes a tirar essas fotografias preferimos aproveitá-lo para conviver com os nossos convidados. Alguns fizeram muitos quilómetros para estarem ali connosco, dispensar-lhes algum tempo e atenção era o mínimo que poderíamos fazer.
Eu sou daquelas pessoas que adora ir a casamentos, adoro mesmo. Mas por gostar de casamentos não quer dizer que aprecie tudo o que se relaciona com esse dia, e de todos os momentos há um que não gosto mesmo nada que é o da entrada dos noivos no salão quando toda a gente se levanta para bater palmas. Não só não aprecio como tentei fugir disso, mas todas as pessoas com quem falamos foram unânimes: não há volta a dar, é sempre assim e vais ter mesmo de passar por isso. Que remédio se não mentalizar-nos e preparar então esse momento. Queríamos criar uma ocasião de verdadeira festa que quebrasse com a solenidade da cerimónia e deixasse toda a gente bem disposta. Isto era mesmo muito importante pois grande parte dos nossos familiares e amigos não se conhecem entre si e tivemos até alguns convidados que estavam sozinhos sem conhecer mais ninguém, a música teria de ter o poder de descontracção.
A escolha da música para a nossa entrada no salão foi das maiores dificuldades que tivemos, como temos gostos musicais completamente opostos quando eu achava que uma era perfeita ele não gostava, e das que ele sugeria eu não achava adequadas. Foram horas a ouvir todo o tipo de músicas e mais algumas ao ponto de ficar com dor de cabeça. Como não houve consenso a um mês do casamento estava eu a escrever ao Dj a perguntar se em vez de apenas uma podia passar duas!
Escolhemos duas músicas da banda sonora do filme Sherek que cumpriram na perfeição com o nosso objectivo, a entrada afinal não custou assim tanto e foi um momento bastante divertido até. E o facto de termos 2 músicas deram tempo suficiente para circularmos à volta de todas as mesas e trocarmos algumas palavras com os convidados.
Por uma questão prática decidimos ficar sozinhos numa mesa, os pais do noivo são divorciados e era impensável sentá-los lado a lado. De todas as combinações possíveis, fosse com pais ou padrinhos nenhuma nos pareceu melhor que ficarmos apenas os dois. E foi uma boa decisão, estando sozinhos pudemos circular muito mais sem receio de deixar pessoas que não se conheciam ou não se falavam sentados à mesma mesa. E a verdade é que só nos sentamos mesmo para comer, andamos sempre em movimento pela sala e assim pudemos desfrutar mais da companhia de todos.
Cortamos e servimos o bolo como sobremesa principal pois sabia de antemão que as pessoas mais velhas iriam embora cedo. Sem fogo ou qualquer outro artifício, o nosso corte do bolo foi um momento relativamente simples mas especial em que todos estavam presentes. Todos comeram e alguns até repetiram e a prova que o bolo de massa de amêndoa com recheio de ananás fresco estava mesmo delicioso é que de um bolo que estava encomendado para 130 pessoas e foi servido a 115 não sobrou nada, mesmo nada!
Depois do nosso brinde (sem cruzar os braços felizmente!), fizemos questão de passar por todas as mesas e fazer um brinde colectivo em cada uma, este foi um momento muito divertido e que proporcionou fotografias muito muito bonitas.
Abrimos o baile ao som de uma valsa clássica, para quem não sabe dançar e nem sequer ensaiou foi uma escolha desastrosa mas nós somos autênticos pés de chumbo, qualquer que fosse a música te-la-íamos dançado terrivelmente mal por isso... Ao invés de um momento romântico fizemos daquele um momento cómico. Mas quem se importou com isso? Ninguém, a vantagem de estar apenas entre amigos é que todos nos conhecem e ninguém está ali para nos julgar.
Deixamos o Dj à vontade para escolher as músicas que mais se adequassem, ele tem experiência e sabe melhor que ninguém o que passar nos momentos certos dependendo de quem está na pista. Ele fez um trabalho excelente, passou todo o tipo de música, pimba, brasileira, kizomba, disco... não eram os nossos gostos que estavam em causa mas antes a animação dos nossos convidados. E foi muito bom, do apita o comboio ao harlem shake houve de tudo e para todos os gostos. Na pista de dança distribuímos alguns acessórios como óculos gigantes, chapéus, cachecóis de plumas entre outros, a adesão não podia ter sido mais positiva. Os acessórios em conjugação com umas frases engraçadas criadas por nós (decisão de última hora, na manhã anterior ao casamento ainda estavamos a plastificá-las) criaram um ambiente super divertido e fotografias muito originais!
A festa durou até à uma da manhã, se tivermos em conta que a cerimónia começou à 1 da tarde, foram 12 horas mas a mim pareceu-me que acabou cedo. Nós que raramente dançamos nesse dia parecíamos ter asas nos pés, fomos o motor daquela pista de dança e teríamos continuado se a festa tivesse durado mais tempo.
Depois de o Dj ter desligado a música e arrumado as coisas dele ainda ficamos mais uma hora e tal com um grupo restrito de amigos, eu finalmente comi alguma coisa do buffet pois até ali nem fome tinha sentido. Ficamos na conversa sem pressas porque a amizade também é feita destes momentos de partilha seja nos dias felizes, nos normais ou nos momentos menos bons.
Foi bom termos ficado no mesmo Hotel onde decorreu a festa com grande parte dos nossos convidados deslocados, ajudou a prolongar um bocadinho da festa até ao dia seguinte pois tomamos o pequeno almoço juntos e pudemos despedir-nos pessoalmente de todos.
Com a minha família a festa continuou mais tarde quando nos reunimos para um lanche ajantarado feito com a imensa comida que sobrou do buffet.

E por aqui me fico, não sei se vale a pena voltar a dizer que o dia passa mesmo muito rápido, é único e irrepetível. Cabe a cada uma de nós aproveitá-lo da melhor forma, o meu já passou e posso garantir que não sinto que ficou alguma coisa por fazer pois vivi-o com toda a intensidade, claro que se tivesse o poder de acrescentar umas horas extras àquele dia bem que o tinha feito, mas foi bom enquanto durou!
A quem leu este imenso testamento até ao fim, ufa que coragem! Obrigada pelas vossas palavras simpáticas e retribuo a todas os mais sinceros desejos de felicidades.

Quarta, 05/03/2014 - 17:01
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saidyes
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Visto pela última vez: 5 anos 4 meses atrás
Desde: 02.07.2013 - 09:53

Aguardam-se os novos episódios :)

Quarta, 05/03/2014 - 17:27
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susana_miguel
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Visto pela última vez: 7 anos 2 meses atrás
Desde: 03.09.2012 - 17:58

Ficamos a aguardar :D
Parabéns!

Quarta, 05/03/2014 - 19:00
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danizinha1991
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Visto pela última vez: 6 anos 10 meses atrás
Desde: 24.09.2013 - 11:14

ola
fico ansiosa pelo resto dos pormenores...beijinhos e felicidades

Quarta, 05/03/2014 - 19:28
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Catia e Mario
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Visto pela última vez: 6 anos 11 meses atrás
Desde: 10.04.2013 - 12:08

Queremos mais..... :p

Beijinhos e felicidades :)

Quinta, 06/03/2014 - 11:15
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aidinhanuninho
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Visto pela última vez: 8 anos 7 meses atrás
Desde: 18.01.2013 - 18:57

Muitos Parabéns e muitas felicidades :)

Beijinhos!!

Quinta, 06/03/2014 - 16:45
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CCarmoS
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Visto pela última vez: 5 anos 7 meses atrás
Desde: 07.07.2010 - 18:00

Obrigada meninas, faço das vossas as minhas palavras e desejos de felicidades!

Quinta, 06/03/2014 - 22:10
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sonia82
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Visto pela última vez: 8 anos 1 mês atrás
Desde: 24.09.2013 - 23:45

Parabéns e Felicidades!!!
Fico a aguardar novos episódios. ;)
Bjinhosss

Sexta, 07/03/2014 - 08:59
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nicas coimbra
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Visto pela última vez: 5 anos 8 meses atrás
Desde: 31.03.2012 - 11:54

Ol+a Carmo, estou a adorar ler a tua história, por isso cá espero a tua continuação :)
Pelo que li atá agora, mereces ter tido o teu dia de sonho, que te fez feliz e encheu o coração :) é tão bonito ver relatos destes, mais do que ouvir falar na cor das toalhas ou do tipo de flores... dos vestidos super trabalhados e da anipação XPTO. :) Ouvir falar de um dia lindo, com amor, amor por todos os lados :)
Estou a ver que o teu percurso foi conturbado... mas que chegaste "lá"! :)
A parte que me comoveu mais foi a perda do teu pai.
Os tempos que antecederam meu casamento tb não foram pacificos nesse campo. Fui criada pela minha avó, ela é a pessoa mais importante desde o início da minha vida, e a saúde dela complicou se muito a 4 meses do meu casamento. Entre pneumonias, episódios de demência, medo de a perder, não vivi nem os preparativos nem a festa da maneira que seria esperada. Ela foi à cerimónia na Igreja, nunca vou esquecer que ela esteve lá. Mas não esteve cmg o resto do dia, não me ajudou a vestir, não tirou fotos cmg, não me deu o beijo de bom dia, não a vi sorrir no banquete. O dia foi lindo, mas com essa grande ausência muito sentida por mim. Ainda pensei adiar... mas ela não iria melhorar, só por milagre. E ela ainda aqui está :) Com uma saúde muito fragilizada, momentos muito dificeis, mas tento ver o lado positivo, tenho-a cmg,e ela faz, se Deus quiser, 91 anos este ano.
Cá aguardo o resto do teu relato ;)

Sexta, 07/03/2014 - 12:52
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CCarmoS
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Visto pela última vez: 5 anos 7 meses atrás
Desde: 07.07.2010 - 18:00

Sónia, obrigada e felicidades para ti também.

Nicas, eu lembro-me de ter lido a tua história e ter visto algumas fotos do teu casamento. Nunca comentei pois eu nunca fui muito participativa, sou mais de ler!
O percurso até ao altar foi muito difícil mesmo, preparamos o casamento literalmente com o coração nas mãos. Claro que esse tempo também nos ensinou muita coisa, amadurecemos enquanto pessoas e ficamos ainda mais unidos enquanto casal. Ficamos também a saber com quem realmente podemos contar, seja família ou amigos, daí que tenha sido extremamente fácil fazer a lista de convidados!

Beijinhos

Sexta, 07/03/2014 - 15:26
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susana_miguel
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Visto pela última vez: 7 anos 2 meses atrás
Desde: 03.09.2012 - 17:58

A tua história é a prova de que com amor e dedicação tudo se compõe! :)

Sexta, 07/03/2014 - 15:38
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ARD
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Visto pela última vez: 8 anos 9 meses atrás
Desde: 26.01.2013 - 17:14

Olá!

Lindo relato...não cansa minimamente a sua leitura e há sentimentos em casa palavra.
Espero ansiosamente pela continuação.

Beijinhos e felicidades.

Sexta, 07/03/2014 - 17:54
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danizinha1991
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Visto pela última vez: 6 anos 10 meses atrás
Desde: 24.09.2013 - 11:14

cada vez mais me interesso em ler a tua história...
uma linda história de amor....
beijinhos

Sexta, 07/03/2014 - 22:36
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CCarmoS
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Visto pela última vez: 5 anos 7 meses atrás
Desde: 07.07.2010 - 18:00

Obrigada meninas e bom fim de semana a todas!

Beijinhos

Terça, 11/03/2014 - 15:48
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ninisonho
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Visto pela última vez: 9 anos 9 meses atrás
Desde: 28.11.2012 - 16:27

Antes de mais muitos parabéns pelo casamento <3

E na semana posterior á do dia da mulher (embora para mim o nosso dia é todos os dias) ler este excerto de uma historia de amor,união,superação e coragem tem um sabor diferente. A vida tem tanto de mãe como de madrasta mas as maiores lutas são postas nos caminhos das maiores guerreiras.
Continuarei acompanhar os desenvolvimento :)

Um beijinhos

Terça, 11/03/2014 - 19:20
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susana_miguel
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Visto pela última vez: 7 anos 2 meses atrás
Desde: 03.09.2012 - 17:58

Bem,
a tua descrição e linda :)
isso é que foram contratempos! Existem alturas em que por mais que a gente se esforce parece que nada nos agrada!
Fico a aguardar pela descrição do grande dia :D

Terça, 11/03/2014 - 20:44
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CCarmoS
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Visto pela última vez: 5 anos 7 meses atrás
Desde: 07.07.2010 - 18:00

ninisonho, obrigada e parabéns para ti também!

A minha história não tem nada de especial, aliás não desejo a ninguém o calvário que nós passamos. Mas sim o dia do nosso casamento foi mesmo muito muito feliz, e no final é isso que faz a diferença. Nesta altura poucos se lembrarão das flores, alguns provavelmente já nem se lembram do que comeram mas quase de certeza que todos se lembram do quão felizes e descontraídos estavamos!

Quarta, 12/03/2014 - 08:51
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nicas coimbra
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Visto pela última vez: 5 anos 8 meses atrás
Desde: 31.03.2012 - 11:54

Estou a adorar ler o teu relato :) Escreves tão bem, por momentos até parecia que estava a ler um livro, e agora fico à espera do próximo capítulo :)

Quarta, 12/03/2014 - 14:20
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susana_miguel
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Visto pela última vez: 7 anos 2 meses atrás
Desde: 03.09.2012 - 17:58

Bem,
essa cerimonia foi mesmo atribulada! Existem padres que de facto não têm respeito pelo trabalho que temos e o simbolismo que a cerimonia tem para nós! Para mim sem dúvida que a cerimonia é o momento mais importante de todos :D

Quarta, 12/03/2014 - 16:03
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nicas coimbra
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Visto pela última vez: 5 anos 8 meses atrás
Desde: 31.03.2012 - 11:54

Ah ah ah!!!!!!!!!!!!!!!! :D Onde foram vocês desencantar esse Padre??? :D Estou à espera ´da continuação :)

Quarta, 12/03/2014 - 22:19
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ninisonho
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Visto pela última vez: 9 anos 9 meses atrás
Desde: 28.11.2012 - 16:27

Esse senhor poderia ser tudo menos padre. Em que igreja casaram?

Quarta, 12/03/2014 - 22:19
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ninisonho
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Visto pela última vez: 9 anos 9 meses atrás
Desde: 28.11.2012 - 16:27

Esse senhor poderia ser tudo menos padre. Em que igreja casaram?

Quinta, 13/03/2014 - 00:52
Retrato de danizinha1991
danizinha1991
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Visto pela última vez: 6 anos 10 meses atrás
Desde: 24.09.2013 - 11:14

esses padre deve ter tirado o curso na internet de certeza...eheheh
quero mais da vossa linda historia...
beijinhos e muitas felicidades

Quinta, 13/03/2014 - 16:00
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CCarmoS
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Visto pela última vez: 5 anos 7 meses atrás
Desde: 07.07.2010 - 18:00

O padre era o padre lá da Paróquia, os 80 euros que pagamos pela Missa foram sem dúvida os mais mal gastos em todo o casamento.
A parte hilariante com ele é que andou desde o verão a perguntar onde era o restaurante e na quinta feira anterior ao dia do casamento quando reunimos com ele e viu no Missal o mapa da Igreja para o local da festa disse "ah já vi que depois temos aqui o convívio", e eu a pensar "temos???". Ficou no ar, nunca o convidamos mas se tivesse ido lá lhe arranjaríamos um lugar..

Sábado, 15/03/2014 - 10:28
Retrato de nicas coimbra
nicas coimbra
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Visto pela última vez: 5 anos 8 meses atrás
Desde: 31.03.2012 - 11:54

O teu vestido era tão bonito :) Parabens :) agora trata de ser muito feliz :)

Sábado, 15/03/2014 - 12:17
Retrato de susana_miguel
susana_miguel
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Visto pela última vez: 7 anos 2 meses atrás
Desde: 03.09.2012 - 17:58

O que interessa é que no fim correu tudo bem :D
O vestido é muito bonito
Nota-se nas tuas palavras que apesar de tudo foi um dia feliz e passado com as pessoas que vos são queridas!
Muitas felicidades

Sábado, 15/03/2014 - 19:14
Retrato de CCarmoS
CCarmoS
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Visto pela última vez: 5 anos 7 meses atrás
Desde: 07.07.2010 - 18:00

...

Obrigada meninas e felicidades para vocês também, afinal no fim de contas é isso que interessa e é para isso que trabalhamos todos os dias.

Nicas, desejo de coração que sejas tu também muito feliz e que tenhas a tua avó contigo por muito tempo.

Susana, felicidades e aproveita o tempo que ainda te resta dos preparativos. E no dia lembra-te que o essencial é terem-se um ao outro e estarem junto dos que amam, diverte-te como se não houvesse amanhã!
Se precisares de alguma coisa está à vontade, no que puder e souber procurarei ajudar.

Beijinhos e bom fim de semana!

Domingo, 16/03/2014 - 20:53
Retrato de danizinha1991
danizinha1991
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Visto pela última vez: 6 anos 10 meses atrás
Desde: 24.09.2013 - 11:14

o teu vestido é muito lindo
parabens...beijinhos

Segunda, 17/03/2014 - 15:41
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CCarmoS
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Visto pela última vez: 5 anos 7 meses atrás
Desde: 07.07.2010 - 18:00

Obrigada Dani, eu também achei o vestido bonito e penso que valeu a pena ter esperado por ele!!