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Lembro-me de pensar que tudo tinha acabado.

De repente todos os planos foram reduzidos a nada e o futuro tinha sido desconstruído. Mas pouco tempo depois desse “de repente”, tudo ficou claro… ele já era a minha família. Era com ele que os dias fluíam, era ele a força que eu precisava e eu era a razão da sua existência.

Tremidos mas unidos, reatámos. Emigrámos juntos. Mais do que nunca fomos a família um do outro, mais do que nunca compreendemo-nos e completámo-nos de uma forma inexplicável. Voltámos para Portugal.

Ele acorda-me todos os dias com beijinhos e eu chateio-o todos os dias por deixar tantos casacos nas cadeiras da sala de jantar. Tornámo-nos uma equipa altamente eficaz, eu cozinho ele lava, eu lavo ele faz a cama, eu faço a cama ele trata da roupa, etc , etc. As contas são feitas a 2, as compras são feitas a 2, eu gosto de lhe dizer “vá, traz lá esse queijo esquisito” e ele gosta de me dizer “vá, tráz lá esse kinder bueno para a sobremesa”. Planeamos a 2, as nossas viagens de sonho. Cantamos a 2 em longas viagens de carro para visitar a família… Mas ele canta mais que eu, de tal maneira que eu tenho dezenas de vídeos com dezenas de interpretações sinistras, incluindo “AVE MARIA”. Em compensação ele tem dezenas de vídeos de sustos de morte que me prega.

Quando se fala em casamento e eu lhe vou mostrando os vestidos, os bolos e as decorações que gosto ele vai dizendo “sim, sim…” o que para mim é ótimo pois mostra que ele está duplamente entusiasmado...

Resgatámos um cão da rua o ano passado e então agora os nossos serões são passados no sofá, com o cão do lado direito, eu do lado esquerdo e o homem da casa no meio, a dar festas aos dois.

Posso dizer que estamos todos apaixonados :-)
Feliz dia dos namorados!