Fórum geral

Olá a tod@s! Depois de mais de um ano de participação neste fórum agora é a minha vez de contar como foi o meu grande dia. O meu casamento já foi há dois meses. Eu escrevi este relato uns dias depois mas entretanto o computador deu o berro e só agora recuperei as coisas. Isto está um bocado longo mas queria também para mim um registo “prolongado” para memória futura. Quem não tiver pachorra para o relato da noiva pode passar directamente para as fotografias (algumas tiradas pelo fotógrafo, outras por máquinas e telemóveis dos amigos).

Levantei-me às 8.30m. Eu e a minha mãe tinhamos de estar na cabeleireira em Castelo Branco às 9h (fica a 30km de onde eu moro!)!!! Tomei banho, vesti-me e chegámos com 30m de atraso. Na cabeleireira demorámos muito tempo. Apesar de ter feito na prova o penteado que queria, o penteado não estava a sair bem, o cabelo escorregava imenso (eu tenho cabelo fino), a cabeleireira stressou imenso (eu acalmei-a um pouco, lol) e foi preciso desmanchar e começar de novo! Já em cima da hora, estava eu a ser maquilhada e a minha mãe já a pagar. Eram quase 13h quando saímos da cabeleireira. 13h foi a hora que eu disse aos convidados para aparecerem lá em casa! No carro coloquei o meu batom. Comprei um da Clinique especialmente para o dia e tem um brilho lindo! Não o voltei a usar mais pois nem me lembrei da existência do batom! O meu pai ligou-me no caminho a perguntar se estava tudo bem. Quando chegamos a casa, o meu pai, o meu irmão, a minha cunhada e a senhora que foi lá ajudar a servir, já tinham colocado a comida e bebida na mesa do exterior. Eu fui logo vestir-me. Tive a ajuda da mãe, prima e tias. Vestido, véu e acessórios - esta parte foi num instante. Quando acabei de colocar o vestido todas disseram que estava linda e a minha mãe estava super feliz. Eu sentia-me um bocadinho estranha naquele vestido de princesa!

Começaram a entrar familiares no meu quarto para me cumprimentar. A minha prima colocou-me perfume nos braços porque só me lembrei do dito quando vi o frasco na cómoda! Trouxe-me também um prato com uns pastelinhos e bolinhos (ainda estava em jejum!) e um martini. Chegaram os fotógrafos vindos da casa do noivo! Disseram-me logo que para as bandas dele estava tudo divertido e animado! Fizemos a sessão lá em casa (sozinha e com os convidados) e entretanto fui avisada que faltavam 15minutos para as 15h. Estava na hora de sair. Saí de casa de braço dado com o meu pai e entrei no carro dos meus primos onde ia também a minha afilhada e menina das alianças. A minha mãe teve de “expulsar” os meus amigos que lhe disseram “vão andando que nós ficamos aqui a beber as minis que estão frescas!”. Entretanto lá se decidiram a ir para a igreja. Quase à porta da igreja foi preciso o meu primo fazer um pouco de marcha atrás. Os convidados estavam a entrar e o noivo mesmo à porta de conversa com quem ia passando/entrando. Nós vimo-lo mas ele nem deu conta que o carro da noiva estava tão perto! Uma vez todos lá dentro, foi a minha vez de entrar. Disse ao meu pai para dar passos curtos para eu não pisar o vestido à frente. E foi aqui que caí em mim e pensei que o início a sério era ali. A meio do corredor vi os amigos do noivo a chorar e foi aqui que me emocionei. Caiu-me uma lágrima. A cerimónia foi linda. Soube mais tarde que além das lágrimas na minha entrada, houve também muita emoção durante a homilia. Cantei com o coro as músicas escolhidas por mim e o momento da troca de alianças foi comovedor. As assinaturas tiveram lugar no altar e em seguida tirámos fotos com pais e padrinhos. Soou a marcha nupcial e lá fomos nós em direção à chuva de pétalas e arroz. Cá fora, tiramos a foto de grupo nas escadas que dão para o Castelo da vila. Lá fomos para a Quinta. O carro estava espetacular. Fiquei um pouco despenteada porque era um descapotável! A viagem foi uma verdadeira aventura. Basta dizer que o mais bêbado da festa (que já estava bêbado antes de chegar à igreja) ia sentado ao lado do nosso querido condutor! Houve gregório quando o carro parou à porta da quinta. Chegámos à Quinta da Dança às 17.30m.

Na Quinta tínhamos uma bebida de boas-vindas à espera. E antes disso houve um amigo a despir-se e a ir “surfar” num pequeno lago da quinta. Hilariante! Os convidados foram então encaminhados para a recepção no espaço exterior. A picanha e o polvo foram muitíssimo elogiados. Eu comi uns pedacinhos de churrasco e melão. Tenho toda a vida para comer, mas para dar atenção às pessoas no dia do casamento só tinha aquele momento! Tirámos as fotos no jardim com os convidados e fomos para a nossa sessão. O dia estava maravilhoso. Um dia de verão sem estar aquele calor mortífero que é habitual em Castelo Branco! Os fotógrafos foram dando instruções: cabeça para cima, ramo mais para baixo, mais juntos, contra a luz, etc. Fizeram isto sem ser chatos e são dicas que fazem a diferença. E então para quem tendência para as posturas incorretas e olhos sempre fechados como eu… Na sessão deu para aproveitar bastante todos os espaços da Quinta. Há recantos realmente encantadores. Quase às 20h entraram os convidados na sala e depois entramos nós ao som da música “Yellow” dos Coldplay. Foi lindo!
Foi servido o jantar. Entre cada prato levantámo-nos para distribuir as lembranças. Queríamos fazê-lo enquanto estavam todos sentados nos lugares. O noivo comeu mas eu nem por isso. Comi a sopa. O bacalhau e o ganso enfiei três garfadas, se tanto. O gelado com frutos silvestres nem o provamos pois estávamos nas mesas a falar com os convidados. Depois do café e digestivo quisemos fazer o corte do bolo. O DJ anunciou o momento e fomos todos lá para fora. Ao som de “Question of love” dos The Gift e com fogo de artifício de fundo (e de cima, e dos lados!) cortamos o bolo. Toda a gente gostou do bolo. E a mim soube-me pela vida! Era de chocolate com frutos silvestres. Batemos palmas, rimos e desfrutamos do momento junto de todos.
Voltámos para dentro e abrimos o baile. Nós não somos grandes bailarinos e não íamos dançar a valsa. Escolhemos uma música calminha e com significado para nós – Barry White, “Just the way you are”. O meu marido diz que nos atrapalhámos um bocadinho, mas eu acho que estivemos bem! Nem me lembrei de apanhar a cauda do vestido e pendurá-la no pulso! A desgraçada andou por ali a arrastar muito durante a primeira dança. A seguir veio a música pimba com “A bela portuguesa com quem eu quero casar” a abrir. Não fossemos nós emigrantes! Depois dançaram-se os “Parabéns aos Noivos”. Música e dança típicas da minha terra. Os meus pais, que formaram par no rancho, lideraram a dança. Os familiares e amigos do noivo apesar de não conhecerem entraram também na dança. No final tinha toda a gente a bailar! Foi um momento único e muito divertido! E a diversão continuou com bailarico e ainda com o tradicional comboio, com os que iam em pé a puxar por todos os que estavam sentados. O meu marido é um excelente maquinista!!! E seguiu-se mais música. No “Follow the leader” parecia que tinhamos ensaiado a coreografia.

Se um amigo não nos tivesse avisado, nós nem tínhamos aberto o buffet da noite! As mesas com doces, frutas, queijos e mariscos estavam já prontas e ninguém atacava! É que pensávamos que ninguém tinha ainda fome, por isso é que não comiam! Lá dissemos ao DJ para anunciar e foi então que o baile dispersou e as pessoas começaram a comer. Os convidados com crianças pequenas foram os primeiros a ir embora. Antes da 1h estavam de saída. Entretanto formou-se a fila para os beijinhos e cumprimentos de despedida. Da 1h às 2h a maioria dos convidados presentes eram os amigos mais novos, com mais pedalada! Às duas e qualquer coisa o noivo pediu umas imperiais para os resistentes e fomos para a esplanada beber a abaladiça. Foi um momento de relax e de parvoeiras. Já por volta das 3 e tal chamamos um táxi. Demos boleia a um amigo que ia para o mesmo hotel que nós. Estava tão bêbado que deu 50kuanzas ao taxista.
Os amigos que ficaram no mesmo Hotel que nós pregaram-nos uma partida. Durante a noite foram à garagem do Hotel para “enfeitar” o carro. Quando chegámos à garagem na manhã seguinte tínhamos mensagens com batom, papel higiénico, sabão e pedaços de esferovite presos à traseira do carro! Nesse dia estava frio e choveu mas não foi suficiente para lavar a “pintura”.

Valeu a pena ter preparado tudo com detalhe e carinho. Foi um dia lindo e de celebração do amor, da alegria e da vida. Agora ficam as memórias e a sensação que se cumpriu um dos passos mais importantes e mais felizes das nossas vidas. Tenho comigo e para sempre o melhor marido do Universo!