Depois do dia do casamento

14-07-2007

O dia do nosso casamento foi maravilhoso! Levantei-me eram 6horas da manhã sem ser preciso me acordarem, já estava acordada há muito tempo. Não estava nervosa, estava serena, tal com a semana que antecedeu o casamento (nós levámos 10 meses a preparar o nosso casamento. Foram muitos dias de trabalho e de muita ansiedade, lembro-me de dias em que os nervos andavam à flor da pele, dias de muito stress e cansaço para que o nosso dia fosse maravilhoso). Tomei banho vesti-me (a propósito de vestir, vesti um vestido todo com molas à frente, para ser fácil de despir. É um alerta que quero deixar a todas as noivas. Por acaso já me tinham alertado porque foi uma coisa em que nunca tinham pensado, a filha da minha madrinha no dia do casamento levou para a cabeleireira uma t-shirt vestida, resultado quando foi para se despir lembrou-se que ia estragar o penteado, teve de cortar a t-shirt toda para se despir. No dia do vosso casamento, quando forem à cabeleireira vistam uma camisa), fui à cabeleireira, cheguei lá meia hora antes do combinado. A minha irmã veio trazer-me a minha sobrinha que arranjou o cabelo comigo. Maquilharam-me e arranjaram-me o cabelo. Saí de lá e fui à Estalagem do Sado, local onde fomos passar a noite de núpcias, deixar o carro. Já tinha lá a esposa do meu pai à minha espera para me ir levar a casa. Tudo isto sempre com muita calma, eu que sou sempre tão apressada, nem me reconheci. Quando estou a chegar a casa apercebo-me de que já são 10horas e o carro do fotógrafo já está à porta. Aí sim começou a correria, vesti-me a correr e lá fui eu tirar fotografias, desde esse momento até ao último minuto do dia passou tudo tão depressa…
Os convidados começaram a chegar ainda não eram 10h30, o casamento estava marcado para o meio-dia. Eram 11h40m liga o meu agora marido a dizer que já estava a chegar à Igreja. Sempre pensei que ele se atrasasse, porque ele mora na Amadora e o casamento foi em Setúbal, o trânsito para a ponte é um caos a essa hora, mas ele como sempre precavido, veio pela ponte Vasco da Gama e chegou a horas. A Partir daí comecei a dar pressa a toda a gente e ao meio-dia em ponto estava eu com os convidados a chegar à igreja. O casamento das 11horas ainda estava lá dentro. O resultado foi que estive cerca de 40minutos dentro do carro numa lateral da Igreja à espera que o outro casamento saísse para poder entrar. Ainda tive tempo para cumprimentar e desejar felicidades aos noivos das 11horas, que tínhamos conhecido na semana anterior ao casamento. Entraram os convidados e chegou a minha hora. Foi maravilhoso, entrei ao som do Avé-Maria de Schubert. Tinha prometido a mim própria que não chorava, mas há medida que entrava as lágrimas caíam, no entanto mantive sempre o sorriso nos lábios e fui cumprimentando as pessoas por onde passava. Ao fundo no altar, lá estava o Pedro, lindo. É um momento indescritível, só vivendo este momento se consegue perceber a sua grandiosidade. Foi uma cerimónia muito bonita, temos de agradecer ao Padre Graça o momento que ele nos proporcionou, ele e ao professor Pedro Nunes que com a sua voz grandiosa encheu a igreja com os seus cânticos. Até o padre Graça comentou connosco na altura das assinaturas que há muito tempo não ouvia um Salmo gregoriano tão bem cantado. Acho que da cerimónia toda a gente gostou, até os menos crentes.
Saímos da Igreja por volta das 14 horas. Chegámos à Quinta ás 14h30, sessão fotográfica. Estava tanto calor que ainda tenho as alças do vestido desenhadas no corpo. Pode-se dizer que apanhei um escaldão, mas não faz mal, porque eu não senti nada. Entrámos dentro da Sala ao som do “She” de Elvis Costello, aí caíram mais umas lágrimas, todos os nossos amigos em pé a bater palmas, foi muito emocionante e surpresa total, os babetes que eu tinha bordado para oferecer de lembrança aos bebés já estavam nos seus pescocinhos e não guardados como tinha pensado para entregar junto com as outras lembranças. Tinham colocado os babetes na mesa onde estava o placar com o nome das mesas e dos convidados. Estavam tão bonitos… A quinta fez uma decoração espectacular, tal como tínhamos idealizado.
Começaram a servir a refeição, a qualidade da comida estava longe daquilo que esperávamos e do que já tínhamos provado, mas isso é um tema do qual não vou falar agora, a história da Quinta vou colocar noutro Post aqui do Forúm, tal como tinha prometido. Acabou a refeição, começamos a distribuição das lembranças. Andámos a saltar de mesa em mesa até que de repente o Pedro (DJ que contratámos para a animação do nosso casamento) chama-nos ao local destinado ao pé de dança e lá estava a minha irmã Raquel com uma amiga, começou a tocar a música que por acaso tinha levado a semana toda a ouvir quando ia à pastelaria do meu pai, e dançaram esta música para nós, mais umas quantas lágrimas, mal acabou esta dança e sem ter tempo para me refazer, começa mais uma música e desta vez entra a minha sobrinha Cláudia, vestida com as roupas da dança, toda maquilhada e começou a música, dançou uma coreografia para nós, foi lindo, mais umas quantas lágrimas. Fizeram-me uma surpresa, não nos tinham contado nada. Depois desse grande momento, chegou a vez de abrir o baile, claro está que com a Valsa. Atenção amigas, porque eu não vos contei este pormenor porque me despedi de vós uma semana antes do casamento. Na semana do casamento o Pedro fez-me uma surpresa, falou com um professor de dança para nos dar uma aula de valsa, porque ele é dois pés esquerdos, quer dizer era, porque a partir daí e com algumas horas de treino e não muitas, demos show no nosso casamento. Todas as pessoas assistiram de pé à abertura do baile e fomos muito aplaudidos. Os nossos amigos e familiares ficaram super espantados porque nunca ninguém tinha visto o Pedro dançar, o que até é normal, porque realmente ele nunca tinha dançado. Foi outro grande momento da Festa. A seguir apercebemo-nos que estava a escurecer e ainda não tínhamos tirado fotografias sozinhos. Fomos a correr para o Castelo de Palmela, mas já era de noite e as nossas fotos são nocturnas, mas não deixam de ser muito bonitas. Quando voltámos da sessão fotográfica fomos chamados ao jardim da quinta junto à piscina para o corte do bolo. Quando todos os convidados já estavam ao pé de nós começou a música fantástica “Ecstasy of Gold” de Ennio Marricone, e quatro empregados da Quinta trouxeram o bolo-de-noiva numa padiola com 4 tochas de fogo e colocaram em cima da mesa do jardim. Seguiu-se o tradicional corte do bolo e a troca de copos de champanhe e o fogo de artifício preso, foi outro momento alto da festa. Depois voltámos para dentro, fomos informados que a música tinha de parar às 23horas em ponto. Fiz uma roda com as amigas solteiras, comigo no meio de olhos vendados e ao parar da música entreguei o ramo, calhou à minha possível futura cunhada (namorada do meu irmão), depois juntei os rapazes solteiro e atirei a liga, podem inovar o vosso casamento com esta brincadeira porque resulta muito bem. Depois acabou a música e as pessoas começaram a ir embora, esse foi um momento menos bom, não estava à espera de ter de desligar a música às 23horas em ponto, os nossos amigos ficaram tristes porque a festa estava bastante animada, mas já passou. Fomos para a Estalagem e aí não preciso de vos contar mais nada…
Dia 15 domingo, acordámos cedo porque tínhamos de estar no aeroporto às 13horas para ir rumo a Itália. Foi uma lua-de-mel muito boa, cansativa, mas boa. Fartámo-nos de Andar. Começámos em Milão e acabámos em Roma, tendo ainda um desvio à paradisíaca Ilha de Capri, que vos posso dizer que é mesmo paradisíaca. Dia 24 de Julho Regresso a Portugal e à nossa vida normal. Viemos para casa no dia 26 tendo uma paragem no fotógrafo e aí pela primeira vez estivemos a rever o dia do nosso casamento. Regressámos à vida normal que já tínhamos antes, só que com a diferença de que agora é mesmo normal, já não temos o stress de andar a preparar um casamento, que por acaso era o nosso. Bem, a verdade é que estes meses que passaram não foram nada maus, pelo contrário e desde que conheci este fórum e comecei a partilhar convosco todas as minhas dúvidas tudo se tornou mais simples. Também foi um grande prazer para mim vos ajudar no que podia ou sabia, foi e será sempre, porque podem sempre contar comigo para o que eu poder ou souber ajudar. Bem vou parar por aqui senão lá começa o rio outra vez a correr olhos abaixo e isso, eu não quero. Desculpem o testamento mas eu nunca fui muito boa a fazer resumos. Muito obrigada a todas vós por existirem e por terem sido as minhas companheiras neste barco que é o amor.

Beijinhos a todas vós
Ana

PS: Estas fotografias foram tiradas por familiares e amigos, assim que tenha o cd com as do fotografo coloco aqui